Eu deixei na porta o meu medo, o meu receio, e as minhas histórias tristes, e entrei vestida no meu melhor sorriso pra você. E antes que eu pudesse ativar os meus bloqueios e complexos, você já estava lá em algum lugar e eu percebi que eu quis mesmo foi deixar você entrar. Porque no mundo ninguém nunca ouviu com tanta atenção as minhas histórias bobas e me fitou nos olhos com o seu jeito. E veio a pressa, veio o meu sorriso mais profundo, veio os teus olhos, ah, os teus olhos de um jeito que eu não consigo descrever. Veio a vontade do mais, de vários “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”, “eu fico...”, do arriscar, de me meter nessa deliciosa encrenca, de pagar pra ver, de ser a corajosa porque eu acho que vale a pena, de vários primeiros beijos com o mesmo gosto dos de ontem. Vários segundos que antecederam vários beijos. Eu me jogo sem dó nem piedade e sem um pingo de responsabilidade nos teus braços, não como cobrança, mas como promessa, porque você veio como calmaria depois de várias batalhas e guerras. Há tempos eu não me via tanto em alguém. Há tempos eu não desejei tanto um sorriso. Há tempos eu não quis tanto, tanto.
sábado, 14 de abril de 2012
domingo, 8 de abril de 2012
Quando eu era criança eu tinha medo do escuro, medo de trovões, medo de perder minha mãe, medo de atravessar a rua, medo do boletim. Eu pensei que quando eu crescesse, os medos desapareciam, e eu seria, como todo o super herói, imbatível. Hoje eu reconheço o engano. Ainda tenho medo de quando meu coração fica no escuro, tenho medo de estar só em noites de chuvas e trovões, tenho medo de pessoas ruins, de julgamentos errados, de bater o carro (de novo), do mal que pode ocorrer ao meu filho, do que pode haver debaixo da minha cama, de ligações de números desconhecidos, de não dominar os meus sentimentos, de me render ao teu olhar de menino, medo das minhas músicas que agora me lembram você, medo de um dia elas não me lembrarem mais você, medo do dia que trezentosesessentakm forem dolorosos demais, medo de um dia te olhar e me perder, medo de um dia não te ver e te perder, medo de você ir, medo de você voltar, medo de você descobrir que eu não sou tão legal quanto aparento ser, medo da idade pesar, medo de você descobrir que na verdade eu sou bem menos adulta que você, medo de um dia depender do teu sorriso pra sorrir, medo de não depender, medo de descobrir o quanto é bom dormir abraçada com você e medo de jamais descobrir. Medo de que você seja o que eu preciso, e medo de não ser o que você quer. Medo de que não haja os fins de tarde de domingos modorrentos, que não haja ‘bom dia, meu bem’ todos os dias, medo de que seja você que vai preencher a parte vazia da minha vida, medo que não seja. Mas se você quiser segurar a minha mão, eu esqueço do medo. Prometo.
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